O ERP é uma despesa ou um investimento?

Quais são as tendências do uso de TI nas empresas para 2024?

De acordo com um estudo* feito pela FGVcia (Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), na 34ª edição da pesquisa anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, os gastos e investimentos em TI no mercado brasileiro e uso corporativo passaram de 1,8% em 1988 para 9% em 2022.

Esse índice é referente a todos os recursos alocados para TI, tanto investimentos quanto despesas. Incluem equipamentos, instalações, suprimentos, materiais de consumo, software, serviços, comunicações, bem como custos diretos e indiretos relacionados à equipe própria e a terceirizados em TI.

Esses dados mostram que as empresas estão cada vez mais incorporando tecnologias em suas gestões administrativas e operacionais, bem como entendendo a importância de investir em automação para manter-se competitivo no mercado de trabalho.

Despesa x Investimento

Em uma gestão empresarial é importante entender a diferença entre despesa e investimento. Apesar de ambos serem termos financeiros e representarem gastos, possuem resultados diferentes. As despesas são gastos que se relacionam com o consumo imediato. Estão relacionadas às atividades do dia a dia para a manutenção do negócio. Salários, aluguel, contas de serviços públicos e material de escritório são exemplos de despesas.

O investimento é um gasto que tem por objetivo gerar benefícios a longo prazo. São melhorias, expansões ou aquisições que tem potencial para agregar valor ao negócio no futuro. Equipamentos, desenvolvimento de software, treinamento de funcionários, expansão de instalações são exemplos de investimentos que buscam o crescimento e desenvolvimento da empresa.

Saber diferenciar e distribuir os recursos entre despesas necessárias e investimentos estratégicos é fundamental para a sustentabilidade e prosperidade do seu negócio.

Como saber se o ERP é uma despesa ou um investimento?

Para saber se o ERP é uma despesa ou um investimento, é importante observar o impacto que ele terá nas operações e no desempenho da empresa. Saber distinguir entre despesa e investimento dependerá das metas e estratégias da empresa a curto, médio e longo prazo.

Uma análise cuidadosa levando em consideração esses fatores é essencial para uma boa tomada de decisão. Para isso, podemos analisar os seguintes pontos:

• Benefícios a longo prazo: quando a implementação do ERP visa trazer benefícios significativos a longo prazo, como melhoria na eficiência operacional, aumento da produtividade, melhorar as tomada de decisões e crescimento sustentável, é mais provável que seja considerado um investimento.
• Valorização do ativo: quando a implementação do ERP é vista como uma maneira de aumentar o valor do ativo da empresa, seja através de melhorias na infraestrutura tecnológica, automação de processos ou aquisição de novas capacidades, então é mais provável ser considerado um investimento.
• Impacto Estratégico: se o ERP desempenha um papel estratégico no posicionamento da empresa no mercado, contribuindo para a vantagem competitiva e para a adaptação eficaz às mudanças no ambiente de negócios, é provável ser classificado como um investimento.
• Retorno sobre o Investimento (ROI): quando a empresa pode calcular um retorno tangível sobre o investimento, seja por meio da redução de custos, aumento de receitas ou outras métricas mensuráveis, isso sugere que a implementação do ERP é mais um investimento do que uma despesa.
• Manutenção versus crescimento: quando a principal finalidade do ERP é lidar com custos operacionais e manutenção diária, como folha de pagamento e despesas operacionais correntes, pode ser mais propenso a ser considerado uma despesa.

Estratégia de Negócios: quando a implementação do ERP está alinhada com a estratégia de negócios da empresa, contribuindo para seus objetivos de longo prazo, é mais provável que seja considerado um investimento.

Quando a alocação de recursos para TI para de aumentar dentro de uma empresa?

De acordo com o Professor Fernando Meirelles, no estudo da FGVcia, esse momento não vai existir, pois a cada dia que passa será necessário investir cada vez mais em tecnologia.

Todos os anos os gastos em investimentos em TI aumentam, principalmente os gastos escondidos, pois cada vez mais são comprados produtos que vem com tecnologia e muitas vezes esses gastos não são contabilizados.

Estamos atualmente com uma média de 9% de recursos alocados em TI, e a previsão é de que pode chegar a 10% em 2025.

Meirelles pontua que a cada dia que passa, mais a tecnologia estará embutida no dia a dia das operações, sejam elas de gestão, produção, controle de estoques ou vendas.

Como implementar o ERP para que ele não seja uma despesa?

A implementação bem sucedida de um ERP para que seja considerado um investimento requer um planejamento cuidadoso e um olhar focado nos objetivos a longo prazo da empresa.

Aqui estão algumas diretrizes para garantir que a implementação do ERP não se torne simplesmente uma despesa, mas sim um investimento que agregue valor ao negócio:

• 1. Defina objetivos claros: estabeleça metas claras e mensuráveis para a implementação do ERP. Identifique como a solução contribuirá para a eficiência operacional, tomada de decisões e crescimento a longo prazo.
• 2. Alinhe com a estratégia de negócios: assegure que a implementação do ERP esteja alinhada com a estratégia geral da empresa. Considere como a solução se integra aos objetivos e à visão de longo prazo da organização.
• 3. Envolva todas as partes interessadas: garanta a participação ativa de todas as partes interessadas, desde os membros da equipe operacional até os executivos. O envolvimento de todos facilita a aceitação da mudança e a maximização dos benefícios do ERP.
• 4. Escolha o ERP adequado: faça uma escolha criteriosa do sistema ERP, levando em consideração as necessidades específicas da empresa. Certifique-se de que o ERP escolhido seja escalável e capaz de atender aos requisitos futuros à medida que a empresa cresce.
• 5. Planejamento detalhado: desenvolva um plano de implementação detalhado, incluindo cronogramas realistas, metas intermediárias e alocação de recursos. A fase de planejamento é muito importante para evitar custos adicionais e atrasos.
• 6. Treinamento: invista em um treinamento adequado para garantir que a equipe compreenda completamente as funcionalidades do ERP. Isso contribui para uma transição suave e eficiente.
• 7. Personalização consciente: evite personalizações excessivas que possam resultar em custos adicionais de manutenção e atualização. Priorize as configurações padrão sempre que possível para garantir a facilidade de suporte a longo prazo.
• 8. Avaliação contínua e otimização: implemente um processo de avaliação contínua para monitorar o desempenho do ERP e identificar áreas de melhoria. Isso permite ajustes e otimizações ao longo do tempo.
• 9. Considere as soluções em nuvem: avalie a viabilidade de uma solução baseada em nuvem, que muitas vezes pode reduzir custos iniciais, proporcionar escalabilidade e garantir atualizações contínuas sem grandes investimentos adicionais.
• 10. Gerenciamento de mudanças eficiente: implemente um plano de gerenciamento de mudanças eficiente para lidar com resistências e garantir a aceitação da equipe. Uma comunicação clara sobre os benefícios e o propósito do ERP é fundamental.

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O ERP é composto por núcleos que se interconectam, e você pode escolher qual núcleo quer implantar e consegue parametrizar o sistema de acordo com as necessidades da sua empresa.

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